Top 2011

Final de ano que se preze tem retrospectivas, show do Roberto Carlos e listas com os melhores disso ou aquilo. O blog Mesa Marcada cumpriu a tradição e publicou o Top 2011 dos melhores restaurantes, vinhos, chefs e enólogos de Portugal. Na minha lista de restaurantes incluiria também o Varanda do Ritiz e o Tavares, ambos em Lisboa, e o Yeatman de Vila Nova de Gaia estaria certamente no Top 5, mas como se costuma dizer, opinião é como umbigo, cada um tem o seu. Até 2012 e um Ano Novo Top 1 para todos!

Top 5 Restaurantes:

Panorama (Lisboa)
Fortaleza do Guincho (Cascais)
Vila Joya (Albufeira)
Ocean (Armação de Pêra)
Assinatura (Lisboa)

Top 5 Vinhos:

Soalheiro Primeiras Vinhas 2010 (Vinho Verde)
Quinta das Bageiras  Garrafeira 2009 (Bairrada)
Pintas 2008 (Douro)
Charme 2009 (Douro)
Quinta do Mouro Rótulo Dourado 2007 ( Alentejo)

Para ver a lista completa clique aqui: http://mesamarcada.blogs.sapo.pt/405019.html

O Top 10 do Rui Falcão

Depois de lançar o Guia de Vinhos 2011, com 4200 referências de vinhos de todo o mundo, o crítico Rui Falcão apresenta agora uma lista com os 10 vinhos portugueses que mais o emocionaram em 2011. São 7 tintos, 1 branco, 1 espumante e 1 Madeira. Vale a pena tomar nota porque o homem sabe do riscado:

blog 2009 Tinto (Alentejo)
Quinta dos Roques Reserva 2007 Tinto (Dão)
Quinta da Manoella Vinhas Velhas 2009 Tinto (Douro)
Quinta do Infantado Reserva 2008 Tinto (Douro)
Ultreia 2007 Tinto (Douro)
Ex Aequo 2008 Tinto (Lisboa)
Quinta de Sant`Ana Alvarinho Branco (Lisboa)
Cavalo Maluco 2008 Tinto (Setúbal)
Murganheira Cuvée Reserva Especial Bruto 2002 (Espumante)         
HM Borges 40 anos Malvasia (Madeira)

O Bolo-Rei

O Bolo-Rei está para os portugueses como o Panettone está para os italianos e o Xmas Pudding para os ingleses. Não pode faltar de jeito nenhum na quadra natalícia. De fato, o Bolo-Rei é mais parecido com um pão do que com um bolo, e simboliza os presentes oferecidos pelos 3 reis magos. A massa levedada de cor amarela representa o ouro, as frutas cristalizadas e frutos secos representam a mirra e, por fim, o incenso é representado pelo aroma. A sua origem vem da época de Luis XIV, o Rei-Sol, e foi criado para celebrar as festas de fim de ano e o Dia de Reis. História e simbologias à parte, o mais curioso do bolo-rei está na fava e no brinde colocados no interior do bolo. O brinde é geralmente um pequeno objeto com pouco valor, mas que simboliza boa ventura. Por outro lado a fava é o símbolo do azar. Quem fica com a fatia da fava tem que comprar o Bolo-Rei no próximo ano. E todo esse clima de suspense à volta da iguaria, para saber quem fica com o quê, dá mais vida e alegria à Noite de Natal. Que é afinal a finalidade e a causa disso tudo. Boas Festas!

The Soaked Lamb - O Blues do Tejo

Nem só de Fado e de Roberto Leal vive a música portuguesa. Prova disso, são os The Soaked Lamb, música da melhor qualidade com inspiração marcada pelos sons das primeiras décadas do século passado, principalmente lá para os lados da terra do Tio Sam. Nasceram para o mundo em 2006 e já vão no segundo CD, Hats and Chairs, trabalho que rendeu ótimas críticas locais e ainda uma distinção internacional, foram considerados na Espanha como o melhor artista português em 2010, recebendo o Prêmio Pop Eye 2011. Seguem abaixo dois links para ouvir e para ver a banda do Afonso Cruz, Mariana Lima, Miguel Lima , Gito Lima ( sim, são parentes), Tiago Albuquerque e Vasco Condessa. Ps: no videoclip ainda aparece o primeiro baixista, Luis Alvoeiro, e a maior parte das imagens foi registrada por este humilde bloguista que tinha uma câmera na mão e uma vaga idéia na cabeça.

Legal para ouvir e fazer download: http://www.cdbaby.com/Search/dGhlIHNvYWtlZCBsYW1i/0

Legal para ver: http://www.youtube.com/watch?v=RVcJtF25HsA

A Lenda do Galo de Barcelos

Há muitos anos atrás na cidade de Barcelos, norte de Portugal, um peregrino galego foi preso por um crime que não cometera - já repararam que tem sempre um galego(a) levando a pior nas lendas lusas? Adiante. O galego foi levado à presença do juiz, e apontando para um galo assado num prato, disse: " É tão certo eu estar inocente, como certo é esse galo cantar. Não deu outra! Quando o galego estava sendo enforcado o galo assado levantou-se e cantou: "cocorocó!" Incrédulo, o juiz correu para o local do enforcamento e viu que o homem se salvara graças a um nó mal feito. E o galego seguiu em paz o seu caminho. Hoje, o tradicional Galo de Barcelos soltou a franga e pode ser encontrado em muitas lojinhas com outras cores e desenhos menos convencionais.

Deu no Financial Times

O Lavradores de Feitoria Branco 2010, da região do Douro, está no top 25 do Financial Times. "A successful and distintive blend of local grapes varieties" foram as palavras da influente Jancis Robinson para definir este vinho corrente, para se beber sem remorsos no dia a dia - aqui em Portugal custa mais ou menos 3,50€. Se encontrar nas garrafeiras no Brasil aproveite... porque o preço deve aumentar.

A Lenda de Pedro e Inês

                                                                                                    Quinta das Lágrimas
                                           
Tem uma música que diz "Coimbra tem mais encanto na hora da despedida...". E se você ficar no hotel Quinta das Lágrimas (www.quintadaslagrimas.pt) vai sentir esse encanto logo na sua chegada. Um local repleto de história (já acolheu o Duque de Wellington e o Rei D. Miguel), charme e romantismo, cenário de uma das estórias de amor mais apaixonantes de Portugal: o romance entre Pedro e Inês.

Tudo se passou no Século XIV. O Infante Pedro, filho do rei Afonso IV, viu-se obrigado a casar-se com a "pouco bonita" D Constança de Espanha, que trouxe na bagagem inúmeras empregadas, entre elas a linda aia galega de nome Inês de Castro. Foi amor à primeira vista. Por questões políticas, o Rei não gostou nada desta pouca vergonha e mandou exilar Inês no Castelo de Albuquerque. Mas com a morte de D. Constança em 1345 o plano do Rei ficou sem efeito. Pedro e Inês juntaram os trapinhos e alguns anos depois mudaram-se para o Paço de Santa Clara, local onde hoje se encontra o hotel Quinta das Lágrimas. O amor dos dois rendeu 3 filhos e muita inveja e intrigas na corte. Resultado: Afonso IV aproveitou a ausência de Pedro numa excursão de caça e enviou 3 capangas para matarem a rapariga. Dito e feito. Inês é morta!

Agora começa a parte da lenda. Dizem que as lágrimas derramadas pela sua morte criaram a Fonte dos Amores e o avermelhado das pedras deve-se ao sangue derramado por Inês. Mas a melhor parte vem a seguir. Já como Rei de Portugal, D. Pedro I (o nosso D. Pedro I é D. Pedro IV em Portugal) manda buscar o esqueleto de Inês, coloca-o no trono e torna-a Rainha, obrigando a todos na corte a beijarem a sua mão. Hoje, os dois vivem felizes para sempre no Mosteiro de Alcobaça.

A Lenda da Sopa da Pedra

Na região do Ribatejo, a 70 kms de Lisboa, encontramos a cidadezinha de Almerim, a "capital" da Sopa da Pedra - uma das iguarias mais deliciosas da gastronomia portuguesa que tem origem numa lenda. A estória é mais ou menos assim. Um frade caminhava em peregrinação. Cheio de fome, chegou a uma casa e, em vez de pedir comida ou esmola, perguntou aos donos se podiam emprestar uma panela para ele preparar uma sopa de pedra. Os donos da casa estranharam o pedido mas convidaram o homem para entrar. O frade tirou uma pedra do bolso, colocou-a na panela e logo a seguir perguntou se havia algo para temperar a sopa. O dona da casa deu-lhe sal e o frade, aproveitando o embalo, perguntou se não havia um bocadinho de chouriço ou toucinho. Depois, como quem não quer nada, perguntou se não tinham qualquer coisinha para engrossar a sopa que tivesse sobrado da refeição anterior. Os donos da casa arranjaram algumas batatas e feijão. E assim foi enchendo a panela, com cenoura, um pedacinho de carne e por aí vai. Comeram juntos a sopa e no final o frade retirou a pedra da panela, lavou-a e guardou-a novamente no bolso para a sopa seguinte. Moral da estória: mais vale uma mentira bem temperada do que uma verdade sem sal.

Legal para comer: O Forno (Almerim).

Wines of Portugal - A World of Difference

                                                                                                                                                    Dorli Muhr

Acabei de chegar do Fórum Anual da ViniPortugal - instituto que promove o vinho português cá na terrinha e no exterior. E o Brasil aparece como um dos mercados onde a aposta vai ser mais forte (15% da verba), juntamente com os EUA e Angola. Mas o que me chamou mais atenção foi a apresentação de uma austríaca, a Dorli Muhr da Wine & Partners. Muito resumidamente, Dorli defende a importância dos vinhos portugueses apresentarem-se ao mercado estrangeiro de uma maneira distinta (Unique Selling Proposition). Ou seja, posicionando-se como produtos autênticos, individuais e, preferencialmente, com castas autóctones. Parece óbvio, mas a verdade é que muitos produtores adaptaram as suas vinhas de acordo com o gosto dos americanos que por sua vez é o gosto da Wine Spectator. Uma estratégia que pode render lucros a curto prazo mas que não é sustentável no futuro. Eu tô com a Dorli e não abro. Não troco o alvarinho, encruzado e trincadeira por nenhum Cabernet Sauvignon desse (Novo) Mundo.

Preços baixos na baixa

Ano novo, roupa nova! No início de janeiro começa a época de Liquidações (saldos) de inverno
e dura todo o mês. Se lojas como a Zara que normalmente já são bem mais baratas do que no Brasil, na época dos Saldos os preços podem chegar a 1/5 do que você paga por aí. Só tem um detalhe: não espere por um atendimento super simpático ( "oi tudo bem? meu nome é Priscila... tá precisando de uma ajudinha?...") Não vai rolar. Primeiro porque nenhuma portuguesa se chama Priscila e depois porque na grande maioria dos casos, as pessoas que atendem ao público são bem mais reservadas. Uma dica: você pode encontrar as lojas de marca em qualquer shopping. Mas é bem mais interessante fazer as suas compras no centro (baixa) das cidades. No Chiado em Lisboa ou na Rua de Santa Catarina no Porto, por exemplo. Assim, o passeio fica perfeito. Ao mesmo tempo que vê as vitrines aproveita para tirar umas fotos e curtir a arquitetura da cidade.

Top 100 da Revista Wine Enthusiast

6 vinhos portugueses estão no top 100 da revista americana Wine Enthusiast. Segue abaixo o texto que o competente Rui Falcão escreveu no seu blog Mesa Marcada.

"Acabou de ser publicada a lista dos cem vinhos mais interessantes do ano para a revista americana Wine Enthusiast. Com os cem vinhos mais interessantes do ano a Wine Enthusiast pretende enaltecer os vinhos  premium, aquele segmento complicado que se situa algures entre os vinhos ditos de combate, do dia-a-dia, e os vinhos troféu caríssimos, aqueles que falamos mas raramente bebemos. Para alegria de todos nós portugueses, e em linha com o que este ano tem vindo a ser publicado na maioria das revistas de vinhos internacionais, os vinhos portugueses ficaram especialmente bem colocados na fotografia. Logo para abrir as hostilidades, Portugal consegue inscrever dois vinhos na lista do Top 10, o Fiuza Ikon Chardonay Trincadeira das Pratas 2008, um branco Tejo, e o Casa de Santar Touriga Nacional 2007, um tinto estreme do Dão. Depois, em 22º lugar surge o alentejano Rúbrica branco 2009, do projecto pessoal de Luis Duarte, em 29º o duriense DFJ Escada 2007, de José Neiva, em 39º o Casa Cadaval Padre Pedro Reserva 2007, do Tejo, todos eles colocados na primeira parte da tabela. Excelentes notícias para os produtores, para as regiões e para Portugal.
ps -Entretanto dei conta que na lista dos cem vinhos mais interessantes consta ainda outro vinho português, o Rol de Coisas Antigas 2008, de Carlos Campolargo, da Bairrada, elevando o total de vinhos nacionais para seis, um número mais que razoável! Ainda por cima com essa vantagem acrescida de mencionar vinhos de regiões habitualmente menos faladas na imprensa internacional, denominações como o Tejo, Dão e Bairrada!"

"

Lisboa - Cidade Europeia de 2012

                                                                                                             Mouraria

Lisboa está com tudo e não está prosa. Depois do fado lisboeta (existe também o fado de Coimbra) ser reconhecido como Patrimônio Imaterial da Humanidade pela UNESCO, agora foi a vez de Lisboa receber o título de Cidade Europeia de 2012 pela Academy of Urbanism. Para este prêmio, mais que merecido, contribuíram a modernização da orla do rio Tejo e o projeto de restauração do bairro da Mouraria, um dos mais típicos e "castiços" da capital portuguesa, conhecido pela multiculturalidade e berço do fado nos finais do século XIX. E como diria o poeta "... Lisboa tão linda és que tens de rastos aos pés a majestade do Tejo..."

Évora - A herança dos romanos no Alentejo

                                                                 Templo de Diana

Se pensa viajar para Lisboa, não pode deixar de dar um pulinho a Évora. Fica mais ou menos a 1h e 15 mim de carro. Patrimônio Cultural da Humanidade desde 1986, Évora é uma cidade pequena mas cheia de surpresas, que se revelam sem pedir licença quando caminhamos pelas suas ruas medievais: monumentos romanos, palácios, mosteiros e igrejas bem singulares, como é o caso da Capela dos Ossos onde pode ler a cruel frase "Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos". Uma dica bem legal é fazer um pequeno desvio na volta a Lisboa e visitar a Adega da Cartuxa (www.cartuxa.pt).

                                                                 Capela dos Ossos

Legal para ver: Templo de Diana, Capela dos Ossos, Palácio dos Duques de  Cadaval, Convento dos Remédios, Igreja de São Francisco, Catedral e o imperdível Cromeleque dos Almendres, cerca de 90 pedras megalíticas dispostas em círculo.

                                                                Cromeleque dos Almendres

Legal para comer: Tasquinha do Oliveira, O Grémio e Fialho.